“Os valores culturais «desempenham um papel fundamental no crescimento económico» que não é senão «um meio»; os valores culturais estão na base das motivações que travam ou aceleram o crescimento e da legitimação dos objectivos do crescimento” (François Perroux, Ensaio sobre a filosofia do novo desenvolvimento, trad. de L. M. M. Malheiros, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1987, p. 61).
Nas últimas três décadas, muitos e reputados especialistas do desenvolvimento social e do crescimento económico têm estudado sistemática e metodicamente os benefícios que advêm da abertura das empresas – qualquer que seja o ramo em que actue – ao mundo da arte e da cultura, quer incorporando na estratégia empresarial actividades de patrocínio e mecenato artístico e cultural, quer proporcionando aos seus quadros de pessoal, funcionários e colaboradores uma formação cultural, estética, humanística, ética e filosófica periódica e estruturada, para além da formação estritamente de natureza técnica e experimental exigida pela área de actividade da respectiva empresa. Economistas, sociólogos e filósofos demonstram que essas empresas melhoram significativamente a sua imagem junto do público consumidor, adquirem maior capacidade de penetração nos mercados, ao mesmo tempo de se tornam mais capazes de diversificar a sua oferta de bens e serviços. Sobretudo, notam uma evidente melhoria do ambiente humano, das relações humanas na empresa e – o que não é nada despiciendo sobretudo para os dias de hoje – os seus quadros adquirem disposições e atitudes favoráveis à colaboração empenhada, criativa e inovadora.