quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Cultos & Culturas de… João Duque*

No próximo fim-de-semana vou prestar culto e visitar cultura de um modo que me é regular, pelo menos uma vez por mês. Trata-se de mergulhar, como acontecerá com boa parte dos actuais habitantes da cidade de Braga, na profundidade cultual e cultural do Minho da nossas raízes, que é um Minho mais telúrico e popular do que aquele que sobrevoamos no dia-a-dia urbano. Sou natural de Monção e costumo ir regularmente «à terra». Mas o meu culto e a cultura a que me refiro não é simplesmente dessa ordem «natural» e quase subconsciente. É que o meu fim-de-semana de visita a Monção possui certas características que, para mim, representam um mundo. É oportunidade de praticar o culto, para mim fundamental (já que sou cristão), segundo uma modalidade típica de um mundo que ainda celebra a Eucaristia dominical em comunidade – e não se limita a «visitar missas», como fazemos frequentemente na cidade. Não consigo descobrir elemento cultual e cultural mais rico do que esse rito que parece fazer parte do sangue que corre nas veias de muitos minhotos. Mas este momento forte, cultual e culturalmente, possui, para mim, ramificações importantes. É que, nos fins-de-semana em que me desloco a Monção, ensaio e dirijo o Coro paroquial local, chamado Coral Deu-la-Deu. Nessa actividade, o culto cristão prepara-se e expande-se em arte – e em arte que habita, como em tantos recantos do Minho, a prática de tanta gente, com todos os níveis de formação e de inserção social. É para mim uma autêntica forma de culto e de cultura, essa prática coral. Ou será fácil encontrar muitos espaços, em que pessoas sem alfabetização musical, e mesmo com relativamente pouca alfabetização na dita «alta cultura», estudam, paciente e sacrificadamente, obras polifónicas complexas, tesouros da nossa tradição musical ou produções contemporâneas de bom nível? No caso, trabalhamos sobretudo o nosso património musical exigente, sobretudo de produção minhota (de compositores como Manuel Faria e Joaquim dos Santos, por exemplo). Por tudo isso, considero este fim-de-semana muito representativo da minha relação ao culto e à cultura em que está centrada a minha vida. Outras formas culturais virão, talvez, por acréscimo. * O convidado é professor, Director da Faculdade de Teologia da Universidade Católica - Braga

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quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Exposição e Jornada de Estudos dedicadas à obra de Jerónimo e Jomy

Estará patente até ao dia 02 de Fevereiro a exposição de pintura dos artistas Jerónimo e Jomy na Biblioteca Municipal Prof. Machado Vilela, em Vila Verde. Esta exposição ocorre no contexto do estágio do aluno de EAC’s, Manuel António de Araújo, na “Proviver - E.M.” e tem como principal objectivo fomentar o contacto do público com aqueles dois artistas da região minhota. Jerónimo e Jomy deixaram, de facto, uma obra que merece ser apreciada, conhecida e divulgada. Nesta linha, a Câmara Municipal de Vila Verde e a Faculdade de Filosofia da Universidade Católica / Braga propõem-se realizar, no dia 10 de Maio, uma Jornada de Estudos, a fim de se aprofundar a singularidade da criação artística daqueles pintores, bem como a sua importância na afirmação cultural da região. A Jornada ocorrerá por ocasião da Feira do Livro de Vila Verde (08-11 de Maio), ambiente culturalmente propício, pelo seu cariz socioeducativo, envolvendo as escolas de todos os graus de ensino do Concelho de Vila Verde. Convidamos todos os interessados a associarem-se a esta Jornada, fazendo-nos chegar os seus endereços para contactos, bem como os seus comentários, opiniões e sugestões.

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quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Cultos & Culturas de... José Amaro*

Ah! No próximo fim de semana (FdS) vou até às trincheiras da minha infância: recordar, ver e olhar e ...emocionar-me com as pessoas, com as árvores, com as pedras e com os lugares. Prometo que não vou ler, ver cinema/televisao, ler jornais, visitar museus ou monumentos. Vou cultuar/cultivar pessoas e lugares. Ponto final. Às vezes preciso de outros cultos, de outras culturas e outros cultivos. Vou cultuar a minha mãe Deolinda, que faz 85 anos, (a mãe Lucinda e a mãe Francelina ficarão para outra altura), os meus irmãos: Arsénio, André, Manuel, Teresa e Hermínio e amigos. Vou olhar o xisto velho, amarelado e cinzento, da minha charneca beirã, exposto nas casas caídas e a cair de velhice e abandono. Vou chorar por dentro e nelas sentir as minhas raízes de menino e moço. Vou olhar o mato e as pedras da minha/nossa infância: recordar nomes, lugares, pessoas, alimentos, modos de fazer, animais, palavras nossas, zangas, bulhas e brincadeiras, terras vizinhas... e o mais que surgir. Este FdS vou deixar todos os cultos de cultura para me virar para o cultivo de pessoas que cruzaram/cruzam as suas vidas com a minha. Ah! Darei um salto ao Meimão para olhar a Malcata na sua verdejante soberba, cumprir a palavra que tenho em atraso; e olharei a barragem que tremeu com os exercícios da força aérea e teima em espelhar as nuvens e o céu mais azul do mundo; e conversarei com o zéhenriques e admirarei a casa que tão bem restaurou e é bela na sua simplicidade e conforto. Espreitarei o Fundão e o Jotaefe porque esse é o meu único vício-virtude, alimentado conscientemente com o corpo e a alma. E outros amigos de braço-e-abraço virão com relatos de preguiça e má-língua. É o prazer do tempo e do culto... * O convidado é jornalista e professor, colunista do “Jornal do Fundão”.

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domingo, 20 de janeiro de 2008

Centro Cultural Vila Flor acolhe Encontro de Cultura


Centro Cultural Vila Flor Guimarães
20 a 23 de Fevereiro de 2008
Organização: CultIdeias e Oficina

A quarta edição dos Encontros AlCultur, entre os dias 20 e 23 de Fevereiro de 2008, realizar-se-á no Centro Cultural Vila Flor em Guimarães, e será dedicada ao tema geral “Cultura, Emprego e Economia”.

Esta Cidade Património Cultural da Humanidade e futura Capital Europeia da Cultura em 2012 acolherá uma das mais importantes iniciativas, a nível nacional, na área cultural.

É uma evidência, para todos, o lugar estratégico que a cultura hoje ocupa no seio do corpo social, político, e até económico-financeiro, no sistema das representações simbólicas, ideológicas, na construção da epistéme e do ethos da comunidade, no vastíssimo campo da mediação – pense-se, por exemplo, nos enormes contributos da abordagem cultural nos fenómenos específicos da marginalidade, da toxicodependência, da reintegração social, da intervenção psicológica, da análise multicultural e, mais amplamente, na construção existencial do sentido que damos ao que somos e pretendemos ser… Tudo isto é uma evidência, porém, hoje, estamos mais conscientes das implicações desta evidência. Daí a pertinência de iniciativas como a dos Encontros AlCultur.

A cultura é uma inesgotável matéria de reflexão teórica e prática, é fonte de bem-estar pessoal e de crescimento humano da sociedade, é motor de desenvolvimento dos territórios e das comunidades, constitui, hoje, um segmento de ocupação “profissional” de um número crescente de cidadãos qualificados para o desempenho de tarefas de elevado grau de especialização, é também motor da construção de centros de interesses entre os indivíduos, de redes de colaboração entre as instituições, em suma, a cultura é promotora de autênticos encontros.

Parabéns à CultIdeias que fecundou esta Ideia, ao Centro Cultural Vila Flor e à Cidade de Guimarães que a acolhem.

Apenas um senão: a ausência, no Programa dos Encontros, de um espaço para apresentação de experiências, projectos, reflexões e pontos de vista diversos sob a forma de “comunicações livres”; sendo os Encontros AlCultur já uma plataforma cultural, não sairia ainda mais ampliada e enriquecida com a sua introdução no Programa?

Aqui fica a sugestão para a quinta edição, e eventualmente um tema para o debate.

E o leitor, que opinião tem desta iniciativa, do programa de actividades? Familiarizado que está com as questões da cultura, que espera deste Encontro? Exponha aqui o seu comentário.

Informações sobre o Encontro

Programa da Expocultura

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domingo, 13 de janeiro de 2008

Museus em França com entrada gratuita

O que pensaria o leitor se, de repente, o Ministério da Cultura decretasse a livre entrada nos museus, visitas totalmente de borla? Pois, em França, não sem muita polémica, tal medida acaba de ser implementada. Ela abrange apenas catorze museus e monumentos nacionais e durará seis meses.

A causa desta originalidade francesa não é a súbita generosidade financeira das contas públicas do Estado, nem o enriquecimento das instituições museológicas, mas sim a necessidade de investigar os factores que mais concorrem para a afluência do público aos museus, bem como a sua composição. Será - tal como alguns defendem - o custo/despesa dos bens culturais o principal obstáculo à "democratização do acesso à cultura"? O que pensa desta questão?

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