Amanhã abrirei as janelas do meu quarto
Será de manhãzinha, quando o sol poisar sobre o meu telhado
Deixarei a brisa da manhã entrar
Fresca, renovada
Abrirei os braços para a receber
Os meus lábios tocar-lhe-ão
Nas pálpebras fechadas sentirei o calor da luz
No peito o sentimento de liberdade
Liberdade de ser em cada dia
Liberdade de pensar e de querer
Que me importará o ter
O poder ou não fazer
A liberdade virá ao meu encontro
E correrá a galope em mim
Possuir-me-á
Exigirá a minha entrega incondicional
E, em cada ínfimo pedaço de mim
Despertará cálidas lembranças
De uma outra manhã de Abril
Em que eu, então jovem
Abri janelas de esperanças
Sonhei um mundo novo
De liberdade para o povo
Onde igualdade e fraternidade
Galopavam rumo ao futuro
E tudo era certo, seguro
Tudo belo, tudo justo
Não mais fome, não mais guerra, não mais acorrentados
Todos unidos
Liberdade, igualdade, fraternidade
Finalmente a Fénix chegara anunciando um mundo novo
O renovado reino contado pelo português a Thomas More
Iria realizar-se na pátria Lusitana
E daqui, pelos Lusos, povo escolhido
Partiria a mensagem
Que por todo o mundo se espalharia
Liberdade, igualdade, fraternidade,
Amor, paz
O reino do Espírito Santo,
Do Menino Imperador
Do Agostinho da Silva e do Vieira
Amanhã quando eu abrir as janelas do meu quarto
As lembranças daquele Abril ido, voltarão
As sementes da liberdade serão flor
Eu dissolver-me-ei na fragrância desse perfume de liberdade
Então, voltarei a renascer.
Poema de Conceição Oliveira
2 comentários:
LINDO ESSE POEMA.
PARABÉNS PARA A CONCEIÇÃO
Depois de um poema desses, só posso dizer que orgulho de ser português. Obrigado
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