terça-feira, 27 de outubro de 2009

Padre António Vieira: colóquio agora em livro


Celebrou-se recentemente a efeméride dos 400 anos sobre o nascimento do Padre António Vieira, um dos maiores vultos da cultura e da literatura portuguesas. Em vários países, programaram-se diversas actividades (congressos, conferências, exposições, publicações, etc.), assinalando o Ano Vieirino.
A Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa (Braga), através do seu Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos (CEFH), realizou na ocasião um colóquio em torno da figura e da obra deste autor.
As conferências e as comunicações apresentadas nesse colóquio internacional foram oportunamente reunidas em volume, podendo agora muitos outros leitores apreciá-las na presente edição.
José Cândido de Oliveira Martins, docente do curso de EAC, coordenou a edição desta obra “Padre António Vieira: Colóquio”, sobre a qual pode ler mais informação.

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"Fórum Guimarães" projecta a Capital Europeia da Cultura - por José Bastos


José Bastos, Director do Centro Cultural Vila Flor, de Guimarães foi um dos participantes no "Fórum Guimarães". Aqui fica uma síntese dos debates elaborada por este aluno, finalista do Curso de Estudos Artísticos e Culturais.
«O Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, acolheu nos passados dias 16 e 17 de Outubro o “Fórum Guimarães”.
Este Fórum centrou-se na, dificilmente repetível, oportunidade que Guimarães terá como Capital Europeia da Cultura em 2012 no que concerne ao que este evento potenciará ao nível do desenvolvimento de uma cidade europeia de média ou pequena dimensão.
Este Fórum pretendeu abrir linhas de discussão à volta do papel da cultura na transformação das cidades e regiões, ponderando o seu impacto na construção europeia e projectando modelos de cooperação entre os decisores políticos, as instituições públicas e a sociedade civil.
Em dois dias de intensa discussão, que envolveu reputados especialistas como Álvaro Domingues, professor universitário e investigador nas áreas do urbanismo e desenvolvimento regional e urbano; Bernard Faivre d’Arcier, director do Festival D’Avignon e presidente da Bienal de Lyon; Hugo de Greef, director artístico de Bruxelas Capital Europeia da Cultura 2000 e director do Flagey Arts Centre de Bruxelas; Paul Scheffer, professor de questões urbanas na Universidade de Copenhaga; Rolf Noras, responsável pela candidatura de Stavanger a Capital Europeia da Cultura em 2008; Sir Bob Scott, presidente do painel internacional da Comissão Europeia para a selecção e monitorização das Capitais Europeias da Cultura entre 2010 e 2015; Tom Fleming, especialista na economia criativa e planeamento cultural, entre muitos outros participantes, várias foram as questões abordadas acerca do que poderá e deverá ser uma Capital Europeia da Cultura e acerca da importância de tal designação para a transformação das cidades e regiões, em articulação com o legado que perdura para além da efemeridade do evento.
Cristina Azevedo, presidente da Fundação Cidade de Guimarães, referiu que Guimarães tem uma ideia muito clara acerca do que pretende, concretizando, em síntese, que uma nova cidade, que resulte de uma transformação social e da criação de uma micro-economia, é o desiderato de Guimarães 2012.
Paul Scheffer da Universidade de Amesterdão abordou a tensão que será provocada entre o património e a contemporaneidade, prevendo um conflito entre a lealdade às raízes e a tolerância em relação a pessoas e ideias novas. José Bastos, director do Centro Cultural Vila Flor, a este propósito, abordou a questão da programação artística, e da sua importância numa Capital Europeia da Cultura, como elemento catalisador do processo de mudança, do processo de transformação de pensamento, referindo que o conhecimento do território e o potencial do seu capital humano são fundamentais para, em respeito pelo peso da tradição e do património, construir um presente de contemporaneidade que tenha a capacidade de transformar a contemporaneidade de hoje na tradição de amanhã.
O que deve ser uma Capital Europeia da Cultura foi outro dos temas em discussão permanente. Deve ser apenas programação artística, boa programação artística; ou deve ser essencialmente um programa com vocação para o turismo cultural; deverá ainda ser um processo de regeneração urbana, económica e social com liderança cultural, como defende o projecto de Guimarães? Esta foi uma das questões que ficou sem resposta ou que teve várias respostas dissonantes. O que pareceu claro é que não existe um modelo de Capital Europeia da Cultura e que dificilmente se poderá chegar a esse modelo, considerando as especificidades de cada uma das cidades que acolherá o projecto e o seu patamar de desenvolvimento sustentado.
O que foi claro para todos os participantes é que a Cultura é um elemento fundamental no desenvolvimento local e regional e que as Capitais Europeias da Cultura são uma janela de oportunidade dificilmente repetível.
Em jeito de conclusão ficam três ideias que destaco pela importância das mesmas têm:
“Depois de toda a política, a capital da cultura tem de ser um projecto cultural e tem de ser entregue aos artistas para o tornar possível”, referiu Hugo de Greef, director do Centro Cultural  Place Flagey, em Bruxelas, e antigo director de Bruges Capital Europeia da Cultura.
“Colocar a cultura no centro da vida política não tem apenas a ver com a criação de emprego e de prosperidade económica, mas também em utilizar o conteúdo cultural para transformar a Europa”, salientou Mahir Namur, da Associação Istambul Capital Europeia da Cultura.
 “A cidade, tal como todos na Europa, vive a tensão entre o património e a abertura contemporânea, entre a lealdade às suas raízes e a tolerância em relação a pessoas e ideias novas mas esta é a essência da democracia viva”, disse Paul Scheffer, professor na Universidade de Amesterdão.»

Texto de José Bastos, Director do CCVF,
Aluno Finalista do Curso de Estudos Artísticos e Culturais

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Pablo Lima, aluno de EAC, publica monografia

O aluno do Curso de EAC Pablo Lima realizou uma monografia na área da Arte Sacra acerca do Santuário de Nossa Senhora da Boa Morte, orientado pelo Professor Luís da Silva Pereira. Este trabalho foi posteriormente publicado pela Escola Superior de Teologia e Ciências Humanas de Viana do Castelo.
Disponibilizamos aqui o Texto completo do trabalho

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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Congresso na FacFil debaterá o tema "Sexualidade e Educação para a Felicidade"


IIº Congresso Internacional de Pedagogia
6 E 7 DE NOVEMBRO DE 2009
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APRESENTAÇÃO:

A sexualidade - um tema controverso

A sexualidade é hoje um “território” integrado – não sem contradições - na mundividência, nas concepções de vida e no universo comportamental da sociedade portuguesa. No afã de recuperar de uma mentalidade que cobria as questões da sexualidade com o pudico véu do tabu, avançámos a todo o vapor para a “modernidade” de um discurso aberto, por vezes radical, sobre as questões do sexo.
De marginal a arquitema, o discurso da sexualidade invadiu todos os domínios da esfera pública e privada. A sua visibilidade atingiu o zénite como matéria de “educação nacional”, entronada no sistema de ensino como conteúdo curricular.
Os efeitos deste salto brusco e vertiginoso fazem-se sentir na vida das pessoas, particularmente nos jovens, embalados pelo culto de uma sexualidade “absoluta” e suas mediações: o comportamento sedutor, a construção do corpo perfeito e sensual, o “carpe diem” do prazer instantâneo, o consumo da libido.
É tempo de questionar este estado de coisas. Que resta da sexualidade humana? Fará sentido ligá-la, ainda, à experiência do amor? Terá alguma relevância integrá-la na educação para os valores da fidelidade, da virgindade, da doação? Como e a quem compete o direito e o dever de uma autêntica educação sexual? Que incidência tem no projecto da vida feliz?
Este Congresso tem a ambição de reflectir sobre estas questões no quadro dos valores do humanismo de inspiração cristã. Repensar, em diálogo com a actualidade, os modos de inscrição da sexualidade no ser e no agir do homem: no corpo, nos sentimentos, nas relações interpessoais, na visão do mundo e da vida, no projecto de formação para a felicidade.

Conferencistas Convidados e Sessões Paralelas

As sessões plenárias do Congresso estarão a cargo dos seguintes especialistas: Eduardo Sá, Enrique Rojas, José Antonio Marina, José Tolentino Mendonça, Júlio Machado Vaz e Nilo Ribeiro Júnior SJ.
As sessões paralelas abordarão a temática do Congresso desde os diversos ângulos de leitura e de questionamento: Ética, moral e antropologia; Ontologia e metafísica; Biologia e medicina; Psicologia e sociologia; Estética, arte e cultura; História e estudos comparados; Religião e espiritualidade; Educação e pedagogia; Ciências da comunicação e mediologia; Direito e ciências jurídicas.
As pessoas interessadas em participar poderão inscrever-se através da Secretaria da Faculdade (telf. 253201200 / 253201204). O envio das propostas de comunicações poderá ser feito via mail, de acordo com as indicações constantes no site do Congresso - http://www.congressos.facfil.eu/ ou via CTT, dirigidas à Comissão Organizadora do Congresso Internacional de Pedagogia.

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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Literatura, gastronomia e património cultural imaterial - por Cândido Martins

“António Feijó, o património da gastronomia limiana e o arroz de sarrabulho”, Limiana (Revista de Informação, Cultura e Turismo) [Lisboa], nº 14 (Outubro de 2009), pp. 20-23 – é o título de um artigo de Cândido Oliveira Martins (docente do curso de Estudos Artísticos e Culturais), que acaba de ser publicado.
A pretexto dos 150 sobre a data do nascimento do poeta e diploma António Feijó (1859-1917), reflecte-se sobre a importância da gastronomia no âmbito do património imaterial de uma região, relevante para a memória e a identidade, bem como para a dinamização de um turismo cultural, por um lado; e por outro, sobre o modo como a literatura, ao longo dos tempos, faz um prolongado e sentido elogio da arte da gastronomia. Em muitos dos seus textos, António Feijó mostra-se um requintado gourmet, verdadeiro amante da culinária portuguesa.


António Feijó (1859-1917)
Breve excerto do texto:
“A gastronomia é hoje, consensualmente, um acto de cultura, integrado numa actualizada noção de património, sendo objecto de atenção por parte dos recentes estudos historiográficos e culturais. De facto, a nova História visa “procurar o sentido dos actos humanos na sua globalidade” (José Mattoso, 1988: 17), alargando assim a matéria historiável a toda a produção e comportamentos humanos, da acção política à criação cultural, incluindo os hábitos alimentares e a gastronomia.” (...)
Porém, a par de uma desenfreada globalização económico-financeira, o fenómeno da hibridização cultural poderá constituir (para alguns já é uma realidade) uma séria ameaça à entidade das regiões e das nações. Essa diluição ou apagamento da identidade é, indiscutivelmente, uma perda irreparável da memória histórica comum, podendo até provocar fenómenos de violência: “Só a memória pode preservar-nos de um futuro que esqueça a humanidade” (Guilherme d’Oliveira Martins, 2009: 47).
A este propósito, e  na sequência da Convenção para a Salvaguarda do património Cultural Imaterial – adoptada pela 32ª Conferência Geral da UNESCO (Paris, 17 Outubro de 2003) –, vale a pena ler com atenção o recente Decreto-Lei nº 139/2009, de 15 de Junho, em que a Assembleia da República aprova e promulga o regime jurídico de salvaguarda do património cultural imaterial – cf. publicação disponível no Diário da República (D.R., Série I de 2009-06-15).



Arroz de sarrabulho à moda de Ponte de Lima
António Pinto (fotografia@antoniopinto.com)

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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

CCVF pretende contratar Director Técnico


Centro Cultural Vila Flor abre candidaturas para Director Técnico
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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Candidaturas a Estágios Profissionais Internacionais

Na sequência dos contactos mantidos com a Associação "Rota Jovem", disponibilizamos as informações relativas às candidaturas a estágios profissionais internacionais, aos quais poderão concorrer Antigos Alunos do Curso de Estudos Artísticos e Culturais da Faculdade de Filosofia / UCP.

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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Será o dualismo corpo/mente inevitável? - por Paulo Pinto

No mais profundo da natureza ontológica do ser humano radica a inevitável distinção entre substância física e substância não física, consubstanciada no binómio corpo/mente. Este dualismo, necessário para explicarmos porque sentimos o que sentimos quando poderíamos não sentir nada, é uma das questões mais fascinantes e complicadas que tem vindo a ocupar inúmeras páginas de livros e horas de discussão, na incessante procura de uma resposta satisfatória. Se, por um lado, as leis e propriedades do domínio físico parecem insuficientes para explicar o comportamento da nossa mente, por outro, contemplamos maravilhados a complexa e alucinante concordância entre aquilo que experienciamos e aquilo que o nosso cérebro nos diz que experienciamos. Exemplificando esta relação concordante, consideremos a seguinte situação: quando cheiramos uma laranja, sentimos exactamente o cheiro de uma laranja. E porque não o cheiro de um limão? Quer-me parecer oportuno, neste momento, introduzir mais uma questão para reflexão. Admitindo que tudo tenha uma explicação num universo estritamente físico, como entender a sensação subjectiva? Na verdade, a distinção entre o verdadeiramente físico e a consciência parece estar ligada a uma meticulosa acção do Criador, que não encontra melhor exemplo do que a distinção cartesiana de res cogitans e res extensa. Diz Descartes:
Por um lado tenho uma ideia clara e distinta de mim mesmo, na medida em que sou apenas uma coisa pensante não-extensa; e, por outro lado, tenho uma ideia clara e distinta do corpo, na medida em que é simplesmente uma coisa externa, não pensante (Descartes, "Sexta-meditação", AT VII 78: CSM II 54).
Tal como Descartes, recusamo-nos a aceitar a nossa condição puramente atómica. Não nos vemos na pele de um automóvel, de um frigorífico ou de um computador. Esta nossa inclinação dualista leva-nos a suspeitar de Espinosa e a admitir que Leibniz nos é cómodo quando, mais uma vez, tentamos encontrar a solução para o “sincronismo helvético” entre corpo e mente.
Pensamo-nos separadamente, e assim alimentamos esta inevitabilidade dualista que afasta como hipótese que, quanto à consciência, seja pensável a sua não existência.
Paulo Pinto / aluno do 2º ano do Curso de EACs

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