O filme “Marie Antoinette”, de Sofia Coppola, encerra esta sexta-feira, dia 6 de Junho, às 21h00, o Ciclo de Cinema em Tibães. Esta será a quarta e última sessão de um ciclo que foi planeado e desenvolvido no âmbito de um projecto de estágio do Curso de Estudos Artísticos e Culturais protocolado entre a Faculdade de Filosofia de Braga e o Mosteiro de S. Martinho de Tibães.
O Ciclo de Cinema em Tibães procurou desde logo enquadrar o seu programa conceptual sob as potencialidades estéticas e culturais do Mosteiro. O resultado foi um conjunto de quatro filmes, caracterizados pelos seus diversos elementos estilísticos, que estabelecem ligações a uma sensibilidade Neobarroca, sensibilidade entendida como rede de relações múltiplas que não cessam de se estender e impregnar toda a cultura contemporânea, no qual o cinema se inclui.
Poderemos considerar o ciclo como uma mostra de filmes sobre uma época artística, historicamente datada, porém o termo Neobarroco define-se ou caracteriza-se pelos desenvolvimentos culturais contemporâneos, ao qual a estética barroca pôde, em regresso, dar novos impulsos desde as vanguardas dos anos vinte à estética pós-moderna. Nesse sentido entenda-se o Neobarroco como uma sensibilidade, um espírito, um modo de encarar a vida e de habitar o mundo.
Não surpreende, portanto, que sob este tema global, a potencialidade das imagens, dos sons e das palavras, ganhem permanência para além do seu instante fílmico, ao motivarem os debates no final de cada sessão, desdobrando-os em discussões temáticas que vão desde a técnica e linguagem cinematográfica ao imaginário colectivo que os filmes deixam entrever.
Depois de “Pola X”, “Rapariga com o Brinco de Pérola” e “Dias Selvagens”, “Marie Antoinette” é um filme electrizante, conta a história íntima da vida turbulenta de uma das vilãs favoritas da história mundial. A vida da infeliz princesa que casou com o jovem e apático Rei de França, Louis XVI. Sentindo-se isolada numa corte onde abundavam o escândalo e a intriga, “Marie Antoinette” desafiou tanto a realeza como o povo, vivendo como uma estrela de rock, o que serviu unicamente para selar o seu destino. Música contemporânea e imagens de época coabitam num mesmo universo.
* Francisco Ferreira, aluno de EAC, em estágio no Mosteiro de Tibães.
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